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1 de janeiro de 2011

EDMUNDO, O ANIMAL


Em 1991, num jogo preliminar de juniores contra o Botafogo, o camisa 16 do Vasco driblou meio time adversário, deixou o goleiro para trás e marcou um golaço. Um jornalista que acompanhou o jogo fez rasgados elogios ao garoto na edição do dia seguinte. Assim nascia Edmundo para o futebol, um atacante abusado, corajoso, polemico e extremamente habilidoso.

De certa forma, aquela foi uma vingança. Edmundo começou a carreira nas divisões de base do Botafogo, mas acabou expulso do clube por andar nu na concentração dos juniores. O Vasco o acolheu e aqui ele explodiu, disputando um grande Campeonato Brasileiro em 1992.

Em 1997 viveu a melhor fase da sua carreira: carregou o time nas costas na conquista do Campeonato Brasileiro de 1997 e quebrou dois recordes do torneio: o de maior número de gols marcados por um jogador na mesma partida (Fez seis na goleada por 6 x 1 sobre o União São João) e o de maior artilheiro da competição

Temperamental e fora-de-série, até em outros times, foi sempre vascaíno. Perdeu pênaltis jogando contra o Vasco por Santos, Cruzeiro e quando esteve no Flamengo esculhambou o sem ter nada adversário. Por isso, foi perdoado pela heresia de vestir aquele uniforme.

Na sua terceira passagem pelo Vasco, na Copa do Brasil de 2000, Edmundo dividiu forte com o goleiro Zetti, do Fluminense, levou seis pontos na cabeça, mas não saiu de campo. Com uma bandagem improvisada, bem representou o clube até o apito final. Puro amor à camisa.

Em 2003, após dar várias entrevistas dizendo que queria retornar ao Vasco foi novamente contratado pelo clube. Mas após reclamar por diversas vezes da qualidade do elenco e dos salários atrasados saiu do Vasco no fim do ano.

Após rodar por vários clubes retornou ao Vasco, em uma negociação demorada o jogador aceitou reduzir pela metade o valor que cobrava de remunerações não pagas em uma ação judicial que movia contra o clube. Na sua apresentação voltou a fazer juras de amor ao Vasco e prometeu encerrar a carreira no clube. Infelizmente, a última partida de um dos nossos maiores ídolos, foi no dia mais triste da história vascaína. O descenso para a Série B.

Isso em nada diminuiu o carinho e o amor que a torcida nutre pelo Animal, mesmo após uma dor tão grande a mesma ainda conseguiu se despedir do ídolo que estava aos prantos e queria apenas se isolar no vestiário.

Depois de penduras as chuteiras, Edmundo passou a ser comentarista esportivo. Nas partidas em São Januário, a torcida ovaciona o comentarista que em determinada partida do Campeonato Carioca de 2011 ficou visivelmente emocionado diante das câmeras.

Edmundo e o Vasco, um caso de amor com diversos capítulos e vários recomeços.

Além de craque, uma fera; além de fera, vascaíno de corpo e alma.


Apelido: Animal
Período: 1992, 1996 a 1997, 1999 a 2000, 2003 e 2008
Títulos:
  • Campeonato Brasileiro - 1997
  • Campeonato Carioca - 1992

FICHA:

Nome: Edmundo Alves de Souza Neto
Data de nascimento: 2 de abril de 1971
Local de nascimento: Niterói - RJ, Brasil
Altura: 177 cm
Peso: 75 kg
Posição: Atacante

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