Vice é um prefixo que indica a função de suplente. E suplente é aquele que substitui, aquele que supre a falta de outro.
Vice, portanto, pode ser aquele que, na falta de alguém, preenche o vazio. Aquele que espera sua vez e, quando chamado, lá está.
Vice, portanto, “é o caralho”.
Aquele que quando surge ameaça e logo é julgado. O clube que estreou vencendo o campeonato. De preto, com negros e pobres, ousou ser o que não imaginavem ver.
Heróis como Dinamite, Edmundo, Romário e Dedé. Inspirações a milhares de crianças pelo mundo inteiro. Inspiração que só existe por consequencia de coragem e ousadia.
Surge o Vasco em campo. E logo alguém diz: “Deixem, essa festinha acaba logo”. Mas para que não restassem dúvidas, trouxe com ele o povo, o negro, o pobre. E assim, na cara e na coragem, foi campeão em seu primeiro campeonato.
Agora do povo, dos negros, aberto o caminho para o maior de todos, Pelé. Não fosse o Vasco, seria outro. Mas foi o Vasco, nenhum outro.
Pobre daquele que pede respeito. Gigante é aquele que se faz respeitar. Não pelo que diz, pelo que promete, menos ainda pelo que parece ser. Mas pelo que representa.
Dali em diante o Vasco era “o time do povo”, “o time dos negros”, “o time dos portugueses”.
Crises, glórias, ídolos, tudo dentro do contexto natural de qualquer grande clube. Do topo a série B, e dela de volta ao topo.
Aquele que foi ao Morumbi calar 100 mil pessoas. Eu era uma delas e, ainda garoto, aprendi a respeitá-lo na marra.
Vasco daquela épica Mercosul, dos gols 1 e mil do gênio Romário.
Vasco do arrogante Eurico, do simpático Dinamite, da “misturada” torcida que ousa dividir o povo com o mais popular de todos eles.
Vasco dos negros, Vasco dos brancos. Vasco alvi-negro.
Vasco da Gama.
Fonte: Blog do Rica Perrone
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